A RAPARIGA DO FIM

Gerberas! Tão iguais, mas tão diferentes, comercializadas por todos, mas só alguns conseguem sentir o seu cheiro.

Nasci numa altura em que as redes sociais ainda não tinham dado o seu primeiro passo. Numa altura onde as crianças brincavam no jardim e não com um telemóvel, onde corriam e se sujavam sabendo que iriam levar um raspanete quando chegassem a casa. Todas as crianças eram assim, independentemente da cor, tamanho e vida pessoal, tal como as Gerberas.

Mas, hoje em dia somos confrontados com tudo, nada nos pode ser totalmente escondido e a maioria das pessoa gosta mesmo é de ostentar o que tem, onde está, com quem e tudo mais.

Seguindo por essa lógica, se vocês se deparassem com um caso, onde uma linda Gerbera, modelo de profissão, com as redes sociais sempre atualizadas, uma vida maravilhosa, luxos e dinheiro, é encontrada sem vida o que fariam? Pensariam em suicídio? Assassinato?

Este foi mais um livro cedido pela editora Alma dos Livros que me fez pensar um pouco no mundo atual. Hoje, vemos que as pessoas são muito idênticas, fazem as mesmas coisas, ouvem as mesmas músicas, mas, ao mesmo tempo são todas diferentes, têm pensamentos inconscientes diferentes, sorrisos verdadeiros diferentes, histórias de vida diferentes.

Sendo assim, porquê catalogar toda a gente e assumir que todas as Gerberas são iguais, quando conseguimos facilmente ver que existem variadíssimas cores?

No seguimento da sua vida como agente do FBI, Tess Winnett depara-se com mortes inexplicáveis, mas ao mesmo tempo com algo que nunca lhe tinha acontecido.

Como é que vocês fariam para encontrar um assassino que, não se sabe que existe? Eu não sei como conseguiria resolver este caso macabro, mas Tess soube.

É horrível pensar que podemos estar a ser vigiados e que a qualquer momento nos podem entrar em casa e atacar-nos com um simples comprimido ou liquido colocado na bebida, deixando-nos indefesas, como uma flor.

Já pensaram como seria terem fotografias vossas nuas espalhadas pela internet depois da vossa morte? Especialmente sendo vocês a imagem de alguma marca ou uma pessoa famosa no mundo da moda.

O assassino deste livro é assim, impiedoso, macabro, mas, acima de tudo, invisível. Um espetro preto coberto por um fato de latex que está presente em vários sítios e em várias ocasiões à espera para cumprir com o seu propósito... Matar.

É incrível ver como Tess consegue desvendar este mistério, toda a trama nele envolvida e acima de tudo perceber que nada é fácil e, por vezes, nem mesmo com trabalho árduo conseguimos atingir os nossos sonhos.

Contudo, todos estes pensamentos foram surgindo na minha cabeça a cada página lida: Porquê tanta inveja? Porquê tortura psicológica? Porquê tudo aquilo? E na verdade, mesmo não estando de acordo com o Ladrão de Vidas, consegui perceber a sua história, contudo, não consigo aceitar os seus motivos!

Este livro mostra que a inveja não leva a lado nenhum e que se pensarmos bem... somos todos iguais e cada um tem o se propósito na vida.

Com uma escrita brilhante deixando-nos com os nervos à flor da pele este livro é tudo aquilo que eu poderia esperar e muito mais.

Sejam como as Gerberas, diferentes e esplendorosas!