Capítulo 57

HENRIQUE

O corpo dela é frágil e leve, as minhas mãos cobrem quase por completo o comprimento da sua cintura. As arfadas de ar que ela ingere, de cada vez que coloco mais pressão no seu órgão, deixam-me completamente sem sentidos. A sua subtileza, as tentativas constantes de se manter deixada enquanto as suas mãos agarram os lençóis brancos da minha cama. O seu corpo torna-se instável de repente e eu começo a perceber o que vem por aí. Consegui descobrir qual é o seu ponto fraco e não deixo de fazer pressão, até que o espaço que havia anteriormente entre os meus dedos desaparecer dando lugar a um líquido quente.

- Alice!? - chamei eu no meio de uma respiração mais forte.

- Henrique! Henrique! Eu...! - O meu nome era mencionado pela sua boca à medida que o líquido ia saindo e a sensação ia percorrendo o seu corpo. Consigo senti-la contorcer-se por dentro, sei que ela acabou de se vir, pela primeira vez. Coloquei a minha mão em frente à sua boca, na tentativa de abafar o ruído. Espero que os meus pais não tenham ouvido nada. Será que ouviram?

Tenho perfeita noção de que eles sabem que eu já sou sexualmente ativo, ou pelo menos era, até encontrar a Alice. Nunca tive nenhuma conversa com os meus pais relativamente a estes assuntos, mas apesar desse pormenor, eu sempre fui muito bem alertado para todos os perigos e nunca tive nenhuma relação sem preservativo. Também, penso que, atualmente, não há nenhum rapaz, que aos dezanove anos seja virgem... Bem, provavelmente há, mas não no meu grupo de amigos. Eles fazem parte daquele estereótipo que diz que os rapazes contam tudo uns aos outros, até mesmo esse género de situações que supostamente é para ser guardada para nós próprios. As conversas naquele balneário correm à volta de "Hoje comi esta gaja", ou, "Aquele miúda que vi na noite passada era podre de boa, tive mesmo de ir atrás dela e comê-la em cima da secretária!". Já ouvi tantas histórias, que inventadas ou não, não deveriam ter sido contadas, porém, até eu já cometi esse erro e não é algo de que me orgulhe, pois correu muito mal.

Assim que parei de divagar com os meus próprios pensamentos, voltei a olhar para a minha namorada que continuava sentada na cama. Os seus olhos penetraram os meus, deixando-me completamente assustado e perdido. O que será que aquele olhar quer dizer? Será que ela gostou? Será que foi demasiado cedo? Será que a magoei? Quero perguntar-lhe tudo isto, mas estou completamente bloqueado.

Mantenho-me de joelhos à sua frente e um silencio constrangedor vai-se espalhando pelo quarto.

- O que foi isto? - perguntou ela ainda um pouco ofegante, o seu corpo oscilava a cada respiração.

- Como te sentes? Magoei-te não foi? Fiz algo que não devia? - tenho tantas perguntas, mas ao mesmo tempo tanto medo das suas respostas. Fogo Henrique só fazes merda! Gritava o meu subconsciente.

Eu...eu...eu não sei...

- Fiz porcaria não foi? Eu não devia ter feito nada disto! Desculpa Alice eu sou...

- Não! Eu gostei babe...

Ela o quê? Ela gostou?

Os seus olhos percorreram o meu corpo e as suas mãos começaram a aproximar-se do meu peito. O que será que ela está a fazer?

Sinto o calor percorrer o meu corpo de cada vez que ela olha para mim. Aquele olhar azulado deixa-me completamente fora de mim. O que estás a fazer comigo Alice? Eu nunca me senti assim!

Os meus pensamentos variam rapidamente enquanto ela passa as suas mãos pelos meus cabelos, seguidamente pelo meu pescoço e repousa o seu corpo em cima do meu. Não é a primeira vez que a tenho no meu colo, mas é a primeira vez que a tenho sem roupa no meu colo.

- O que estamos a fazer Henrique? - sussurrou-me ela ao ouvido. Não consegui compreender o tom dela, se era um tom preocupado ou provocador. Mas se não foi provocador, imitou muito bem, pois o meu corpo arrepiou-se de imediato.

- Eu não sei babe, queres parar? - estou com receio que ela aceite, pois essa não é de todo a minha intenção, mas talvez seja o melhor para ela.

- Não! Parar não, mas eu não sei o que te deva fazer... quer dizer, eu sei, é só que eu tenho vergonha...

- Se quiseres, eu posso ajudar-te a contrair um pouco essa vergonha... se quiseres claro!

- E o que vais fazer comigo? - Eu não suporto ouvi-la falar assim. De cada vez que ela diz algo parecido, dá-me uma vontade enorme de pegar nela e fazer amor até ao sol nascer. - Porquê que estás a sorrir?

- É só que... é só que não me deves perguntar isso Alice!

- Porquê!? - ela está a provocar-me, consigo perceber no seu tom. Não fazia ideia de que ela era assim, talvez seja por causa da libertação dos hormónios.

- Porque se me perguntares algo desse género, a resposta vai fazer com que ele clima acabe!

- A sério Henrique?! Deixa-me adivinhar...hmmm... talvez a resposta tenha a ver com a necessidade de fazeres amor comigo, agora mesmo, nesta cama.

- Para Alice! Estás a provocar-me e eu não quero pressionar-te!

- Anda Henrique! Assume que é isso que queres fazer comigo! Aposto que queres deitar-me nesta cama e agarrar os meus cabelos enquanto entras e sais...

Beijei-a no preciso momento em que ela se estava a preparar para encenar mentalmente a cena pela qual eu já tenho esperado há dois meses. Esta conversa está a deixar-me completamente louco, cada vez fico mais excitado, até parece que dói. Preciso que ela me toque, preciso de a sentir à minha volta, toda esta conversa está a ser demasiado dolorosa para mim.

Enquanto o beijo decorre, as suas mãos vão desapertando os botões das minhas calças, talvez esta não tinha sido a melhor ocasião para estar a usar as calças mais difíceis de desapertar de sempre.

- Espera, eu faço isso. - disse eu colocando as minhas mãos na posição para os desapertar.

- Queria ter sido eu... teria sido mais sexy! - lamentou ela fazendo beicinho.

- Mais do que o que já está a ser é impossível babe, acredita em mim! - sussurrei no seu ouvido.

As restantes horas foram passando lentamente, a sua mão passou pelo meu comprimento, assim como eu lhe toquei novamente. Foi algo íntimo, algo que só eu tive o prazer de experimentar, algo nosso. Assim que me vim a reação da Alice foi impagável, o seu estado de choque e aflição fez-me sorrir de uma forma como já não fazia há algum tempo, desde a Vi.

A situação não evoluiu mais, ambos decidimos que iria haver mais oportunidades e tanto ela como eu estaríamos mais preparados para dar esse grande passo. Estou ansioso por esse dia.

A Alice acabou por passar a noite em minha casa, mas contrariamente aos momentos sucedidos, decidimos apenas colocar um filme na televisão. Não posso afirmar que "As aventuras de Paddington" me tenham fascinado, mas a reação da Alice assim que viu o filme começar foi deliciosa.

- Tens a certeza de que não vais adormecer? - perguntou-me ela deitada em cima do meu peito.

- Absoluta! - ainda estou sob o efeito da adrenalina, por isso sou incapaz de cair no sono agora.

- Ainda bem, porque eu também não! - exclamou deixando.me um beijo no rosto.

Mentira! Passados apenas alguns minutos, coloquei a minha mão junto do ombro dela e aproximei-a de mim, porém não obtive qualquer resposta por parte dela. Assim que olhei para a minha namorado, o seu cabelo castanho cobria-lhe metade da cara e as suas bochechas continuavam rosadas como ainda há pouco.

- Ficas tão bonita a dormir babe! Por mim passava horas a olhar para ti. - sussurrei enquanto lhe fazia festas no cabelo. - Boa noite princesa! - disse depositando um beijo lento na sua testa.

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